Respirando...
Domada pela súbita vontade,
entregou-se
Fez do pranto um amargo rio
E na partida do dia afogou-se
Nas vultuosas águas que a encobriam
Era necessário muito esforço para
retirá-la
Não serviam sufocantes palavras de
anseio
Tampouco adiantava força-la
Estava submersa e não pretendia
sair
As águas não eram turvas
Visões de desalojados sentimentos
Que no momento tinham pouco afinco
Esperou o surgimento de uma luz
Algo majestoso a retirasse de lá
Enquanto isso, aprendeu a respirar
na água
Gabriela Castro Lima Aguiar
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