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Sem pé e com cabeça

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O fantástico teatro dos que não têm nada a dizer, mas estão sempre dizendo alguma coisa. Começa assim, discursando sobre nada, misturando algumas mensagens sentimentais, para ver se tocam o coração dos seus ouvintes. Geralmente dá certo. Uma historinha sem pé nem cabeça bem contada, muitas vezes, faz mais efeito do que a verdade propriamente dita. Se minha avó me visse utilizando esses termos, provavelmente faria alguma correção, com seu português depois do impecável e depois diria que eu tenho muito futuro na escrita. Mas será mesmo? Porque andei abandonando a escrita esses últimos tempos – ou teria sido ela que me abandonou? Hoje me deu vontade de escrever. Terça-feira, 19h29min (isso significa alguma coisa?). E fui escrevendo da forma como as palavras estavam na minha cabeça, uma bagunça completa (complexa). Escrevi a última linha e me lembrei de uma pessoa que conheci esses dias. Ela disse que não gostava de parênteses, achava brega. Mas gente?! Qual a breguice de escrever també

Uma máquina do tempo vivido

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  Imagem do Pinterest Há uma coisa que eu queria muito e que não existe. Ela está relacionada ao tempo, ao que vivemos e ao que poderíamos viver. Uma maneira prática e rápida de nos distanciarmos do mundo ou de nos aproximarmos cada vez mais dele. De construir o nosso próprio mundo. Eu queria uma máquina de teletransporte que fosse capaz de viajar no tempo.             Queria uma máquina que pudesse me levar para os meus tempos de criança. Para que pudesse viver todas as travessuras de novo. Para que eu pudesse sentir o abraço dos que não estão mais presentes. Para que eu pudesse aproveitar tudo de novo. Uma máquina que me fizesse viajar para boas lembranças e trouxesse de novo todas as expectativas e sonhos para ajudar a ter mais garra e força para enfrentar o tão temido futuro.             Também seria um meio de encurtar em fração de segundos todas as distâncias. Quão maravilhoso seria atravessar todo o oceano e ir para onde quisesse no momento exato que se desejasse. A saudade

Feche os olhos e sorria

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Estávamos viajando em um ônibus com janelas enormes. Era fim de tarde, o sol dava um show à parte no horizonte. Lembro de estar prestando atenção nas cores do céu, mas não lembro exatamente no que estava pensando. Provavelmente pensando alguma história. É sempre para elas que os meus pensamentos voam quando meus olhos se perdem. Uma amiga estava sentada ao meu lado, olhando o horizonte também. Como se estivesse adivinhando que eu precisava daquilo, falou: - Sabe o que gosto de fazer para me sentir bem? - Não. O que? - Eu fecho os olhos e lembro dos sorrisos das pessoas que eu mais gosto. Experimenta. Eu sorri. No momento parecia uma ideia boba. Mas assim o fiz. Fechei meus olhos e lembrei dos melhores sorrisos das pessoas que eu mais gostava no mundo. Em alguns momentos eu sorri lembrando dos sorrisos, depois eu chorei porque tinha saudade de alguns e no fim, eu estava emocionada e grata por ter todas aquelas pessoas. Ao abrir meus olhos agradeci minha amiga e até

Um dia de cada vez

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Alô controladores de plantão! Esse texto é para você. Esse texto é sobre nós. Sabe aquelas pessoas que deixam a vida levar e vão se ajustando ao que vai aparecendo? Pois é. Eu sou totalmente o oposto disso. Gosto de planejar tudo na minha vida. Planejar viagens, planejar festas, planejar encontros, planejar saídas, planejar o que vou escrever, planejar o que quero comprar, planejar o que quero para o ano que vem...Meu trabalho, olha só que coincidência (ou não), também é planejar conteúdos de redes sociais.  Gosto de ter as coisas sobre o meu controle e quando elas fogem disso, eu não sei lidar muito bem (mas estou aprendendo, eu juro). Comecei a ir ao psicólogo no início desse ano. Logo na minha primeira sessão, a psicóloga disse que eu era controladora e que eu teria que aprender a lidar com as coisas e entender que nem tudo acontece como a gente planejou. Primeiro porque cada pessoa é diferente, logo é impossível prever reações. Segundo porque imprevistos SEMPRE ac

A importância dos avós

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Outro dia desses, em uma revista, estava lendo que a importância dos avós para os netos é comprovada cientificamente. Segundo um estudo feito pelo Boston College, nos Estados Unidos, essa relação permite que os avós tenham contato com a geração mais nova, com abertura para novas ideias. Já para os netos, os idosos oferecem a sabedoria adquirida durante toda a vida, as crianças acabam incorporando e utilizando esses conhecimentos. Concordei com cada palavrinha, pois refletiu muito a convivência na casa dos meus avós. Família toda reunida no domingo, sem nenhuma comemoração específica, o motivo especial é estar ali. Bolo quentinho saindo do forno, histórias sendo contadas pela enésima vez e, ainda assim, a gente ouvindo como se fosse a primeira. É tão maravilhoso participar de momentos assim! Cada ruguinha no rosto dos meus avós é a marca do tempo de uma vida repleta de alegrias, bons momentos e também de tristezas. Mas quem nunca passou por elas? Eles não se envergonham de

1.058 palavras para você

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Imagem do Pixabay Estava envolto pela fumaça do seu último cigarro do dia. O cheiro já nem o incomodava mais, na verdade, nunca o havia incomodado. E aquela fumaça ainda era menor do que a maneira como sua mente estava embaçada. Passara a semana trabalhando e se esforçando para atender aos caprichos de pessoas que ele nem sabia o nome, mas a vida era mesmo assim não é? Dar o seu melhor em busca de reconhecimento por pessoas que não tem muita importância. Ele não se importava com isso, até gostava, entretanto, naquele momento estava muito cansado.             Precisava parar um pouco. Não iria conseguir mais nada naquele projeto se continuasse só com fumaça na cabeça. Resolveu beber algo. Foi até sua cozinha, com os pés descalços, para ele não existia nada melhor do que andar com os pés no chão. Talvez fosse uma alusão a manter a razão ou apenas uma leve sensação de liberdade. Optou pela liberdade, pelo menos por hoje. E para dar mais um gostinho a ela decidiu que beberia cerv

Caminho para o presente

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Ontem, no início da noite, eu estava olhando pela janela do carro, observando as luzes passarem. Rotina para quem mora em cidade (nem tão) grande. Fiquei pensando sobre as coisas que deixei de fazer no dia e que teriam que ser deixadas para o dia seguinte.  Pensei também nas que eu queria muito fazer, mas que por outros compromissos e obrigações teriam que ser adiadas, sem prazo para acontecer. Lembrei dos meus planos quando criança para quando tivesse 26 anos. Acredite, minha vida está bem diferente do que eu imaginava que seria. Não que isso seja melhor ou pior, apenas diferente e eu tive que aprender a lidar com isso, mesmo que em alguns momentos seja muito difícil. O medo e a ansiedade parecem querer devorar tudo aquilo que é racional. Em alguns dias, me sinto mal por não ter conseguido fazer o que planejei, em 90% dos casos (confesso) minha culpa. Na verdade, tudo o que na minha vida são consequências das minhas escolhas. Mas em alguns casos é tão mais fácil colocar u