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Mostrando postagens de maio, 2011

Não há título que sintetize

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           Olhava-me no espelho enquanto outro pedacinho de mim se esvaia por entre meus dedos. Mas eu não ia chorar, prometi a mim mesma e aos que acreditavam em mim. Encontrei todo apoio necessário na minha família e amigos, quando estava quase definhando, muito abaixo do peso, eles estavam lá para me alegrar, cobrindo-me de elogios e palavras bonitas.             Eu cheguei a atravessar o fundo do poço, não queria mais viver e nem pensava ter forças para isso. Nas semanas em que passei no hospital tinha certeza de que seriam as últimas, não lutava, não me esforçava e nem sorria.  Perdia meu tempo me lamentando, sendo agressiva com os outros e procurando algum culpado.             Tão jovem, 25 anos, e condenada àquele terrível fardo. Meus pais já estavam desesperados, tentavam de tudo, mas nada surtia efeito; padres, psicólogos, terapeutas, velhos amigos, nada adiantava.             Um dia, contra minha vontade, fui levada a ala do hospital onde tinham outros enfermos como eu. E um

Coleção

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   Muitas pessoas colecionam selos, animais, pedras, conchas, livros, cartas, quadros e uma série de coisas inusitadas. Eu por exemplo, coleciono lembranças, não, eu não tenho nenhuma em potinhos espalhados na minha estante, enquanto fico me gabando horas e horas pela quantidade de "objetos" na minha coleção. Pelo contrário minha coleção se dá de maneira bem simples e qualitativa,  guardo tudo na memória, gestos, palavras, olhares, lágrimas, e  bem organizado diga-se de passagem.    Por exemplo, as recordações dos meus amigos da infância guardo numa pasta nostálgica, todos eram engraçados a sua maneira,  felizes e a unica preocupação que tinham na cabeça era do que iriam brincar no outro dia, se iam se esconder num lugar difícil onde ninguém ia achar, se já tinham "colado" todo mundo ou faltava mais alguém, se a bandeira ia permanecer no campo do inimigo por mais tempo. Enfim, atitudes de criança que me fazem sentir saudade dessas pessoas e da minha infância.    Eu

Antítese

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     Partindo do pressuposto que não posso pressupor nada, escrevo em palavras confusas que não há confusão alguma. É inexistente a verdade que existe na possibilidade de rimar em versos brancos o passado do futuro.  A filosofia de toda essa ignorância é antiquadamente moderna. Portanto, é intensamente comum que o que não faça sentido, faz muito sentido. Gabriela Castro Lima Aguiar