Não há título que sintetize
Olhava-me no espelho enquanto outro pedacinho de mim se esvaia por entre meus dedos. Mas eu não ia chorar, prometi a mim mesma e aos que acreditavam em mim. Encontrei todo apoio necessário na minha família e amigos, quando estava quase definhando, muito abaixo do peso, eles estavam lá para me alegrar, cobrindo-me de elogios e palavras bonitas. Eu cheguei a atravessar o fundo do poço, não queria mais viver e nem pensava ter forças para isso. Nas semanas em que passei no hospital tinha certeza de que seriam as últimas, não lutava, não me esforçava e nem sorria. Perdia meu tempo me lamentando, sendo agressiva com os outros e procurando algum culpado. Tão jovem, 25 anos, e condenada àquele terrível fardo. Meus pais já estavam desesperados, tentavam de tudo, mas nada surtia efeito; padres, psicólogos, terapeutas, velhos amigos, nada adiantava. Um dia, contra minha vontade, fui levada a ala do hospital onde tinham outros enfermos como eu. E um