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Conto de olhos nublados e coração cego

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Pegou o seu Machado de Assis. Ficou divagando sobre a vida enquanto passava os dedos vagarosamente sobre a capa. Abriu o livro na página que estava marcada, mas não conseguiu formar sequer uma palavra na sua cabeça. As letras pareciam estar todas embaralhadas. Olhava para o papel e não via a história, nem a mão, nem a luva. Continuou com o livro aberto, entretanto já não tentava mais ler. Deixou que seus pensamentos lhe guiassem. Há muito queriam fazer isso. Uma lágrima caiu dos seus olhos. Não se preocupou em limpá-la, pois ninguém veria. Ela estava sozinha em casa. Tinha a personalidade inquieta e sorriso fácil. Gostava bastante de conversar, mas hoje não queria que as palavras saíssem da sua boca, preferia guardá-las ou se pudesse preferia esquecê-las. Fez o que jurara para si mesmo não fazer. Mas quem nunca? Quem nunca quebrou um juramento? Dissera para si mesmo que não se arrependera e que fora uma boa escolha. Entretanto, bem no fundo (talvez nem tão fundo assim), ela