Carta ao que já fui
Querido, Durante muito tempo eu fui trapezista de um circo. Desses de pequeno porte que vagam em várias cidadezinhas para levar alegria e um pouco de diversão por onde passam. Eu adorava estar no picadeiro! Minha parte preferida era quando o público ficava admirado com as minhas piruetas e impressionados com a minha capacidade de dançar bem lá no alto... A vida era uma correria sem tamanho, mas não havia nada mais prazeroso nesse mundo do que ver as pessoas se aglomerando e sorrindo dentro daquela lona colorida, cheia de balões. Circos deveriam ser considerados a tenda das felicidades, por mais ilusórias que sejam, ao menos trazem distrações para quem tanto se preocupa com outras coisas, por menores que possam parecer. Alguns dos meus dias não eram muito fáceis também. Entretanto, sempre que vestia minha roupa e prendia o meu cabelo para entrar em ação, o mundo parecia ganhar cores e formas diferentes. Os sorrisos mostravam-se sinceros