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Mostrando postagens de junho, 2015

Carta ao que já fui

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              Querido,             Durante muito tempo eu fui trapezista de um circo. Desses de pequeno porte que vagam em várias cidadezinhas para levar alegria e um pouco de diversão por onde passam. Eu adorava estar no picadeiro! Minha parte preferida era quando o público ficava admirado com as minhas piruetas e impressionados com a minha capacidade de dançar bem lá no alto... A vida era uma correria sem tamanho, mas não havia nada mais prazeroso nesse mundo do que ver as pessoas se aglomerando e sorrindo dentro daquela lona colorida, cheia de balões. Circos deveriam ser considerados a tenda das felicidades, por mais ilusórias que sejam, ao menos trazem distrações para quem tanto se preocupa com outras coisas, por menores que possam parecer.             Alguns dos meus dias não eram muito fáceis também. Entretanto, sempre que vestia minha roupa e prendia o meu cabelo para entrar em ação, o mundo parecia ganhar cores e formas diferentes. Os sorrisos mostravam-se sinceros

Retrato

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Estava totalmente perdido na imensidão desenfreada do destino. Ontem era apenas um menino. Veloz no seu caminhar e sem muito no seu pensar.Hoje, com sábias palavras sobre experiências vividas em tempos de alegrias contidas, no velho alcance do quebra-mar. Eram poucos passos para a sina enfadonha, chorando a velhice, o passado e a vergonha do lar descontínuo. Os braços não alcançavam mais os sonhos. O futuro era triste e medonho, não fazia jus ao que fora prometido. Não sabia nada sobre a morte, nem tampouco tivera a sorte para acolher um bom amigo. O frio invadia a madrugada. O clarão da velha estrada dava um toque sutil ao luar. Nunca fora sereno, nem mesmo quando pequeno. Criança não voltaria a ser. O cheiro maternal lhe lembrava o abuso. O pai, ele nunca voltara a ver. Os olhos amendoados da menina na escola, sua lembrança mais feliz durante toda a vida. O adeus precoce sem causa remediada. Com a dor premeditada. A lembrança mais triste e a ferida incurável. Sobrevi

A jornalista Gabriela Aguiar lança seu segundo livro neste sábado (6)

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Livro à Beira da Estrada será lançado durante o Bate Papo Literário no 13º Salipi às 19h00 Motivada pela curiosidade de saber como era a vida dos moradores dos lugares isolados no trajeto que fazia de Teresina a Corrente quando criança, a jornalista Gabriela Aguiar lança seu segundo livro. "À Beira da Estrada" é um livro reportagem que traz histórias, hábitos, rotinas e curiosidades sobre pessoas que vivem afastadas das cidades, em casinhas à beira da estrada. “Quando eu era criança, morei no interior do Piauí, em Corrente. E sempre que viajava de Corrente para Teresina e via algumas casinhas no meio da estrada, bem longe de qualquer centro urbano. Eu me perguntava sobre a vida daquelas pessoas. Como faziam para se locomover, se tinham amigos, se frequentavam a escola, quais eram seus sonhos, se estavam ali por opção e se preferiam viver em outro lugar. E "À Beira da Estrada" veio como uma forma de responder as minhas curiosidades, as minhas pergunt

De coração

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Sou dessas que fazem as coisas com o coração. É, com o coração! Se não faz bem, descarto. Se me agrada, logo me apego e dou o meu melhor para que aconteça, para que cresça. Mas é sempre (tudo) com o coração. São retalhos (bem pequenos) de coisas que absorvi ao longo da vida. E por coisas, pode-se entender que pessoas também. Pedacinhos costurados de “no que eu me transformei”. E é por isso que faço de coração. Por achar nele um motivo (muito inexato e com vontade própria) para acreditar que tudo pode ser melhor. Ah sim! O texto foi (quase) de coração. Talvez a razão tenha ditado algumas palavras, em alguns dias é um pouco difícil separar um do outro. Mas quem se importa mesmo?