Marcos em um papel
Ele rabiscava linhas soltas no papel com tamanha destreza que era praticamente possível sentir o desenho criando formas, a ponta do lápis subia e descia com precisão, por vezes curvava-se. Assim como algumas partes da bela mulher a qual ele desenhava. Havia sonhado com ela durante noites seguidas, mas nem sequer a conhecia, era uma estranha, que inundava seus sonhos com tanta beleza e classe. Sim, era uma mulher firme, tanto fisicamente quanto emocionalmente e seus rabiscos eram capazes de transbordar tamanha sensação. O lápis corria, a mente vagava, num paradoxo quase impossível de se compreender, mas afinal, assim era o amor, por mais absurdo que fosse, sentia que amava aquela mulher fantasiosa. A eloqüência dos fatos poderia levar-lhe a loucura, porém insanidade maior seria não obter aquela imagem ao seu lado. Em pouco tempo isso poderia tornar-se uma obsessão, mas não, era um homem centrado, desenhista nato com anos de experiência, uma tela qualquer não o levaria a perder totalmen