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Mostrando postagens de setembro, 2011

Marcos em um papel

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Ele rabiscava linhas soltas no papel com tamanha destreza que era praticamente possível sentir o desenho criando formas, a ponta do lápis subia e descia com precisão, por vezes curvava-se. Assim como algumas partes da bela mulher a qual ele desenhava. Havia sonhado com ela durante noites seguidas, mas nem sequer a conhecia, era uma estranha, que inundava seus sonhos com tanta beleza e classe. Sim, era uma mulher firme, tanto fisicamente quanto emocionalmente e seus rabiscos eram capazes de transbordar tamanha sensação. O lápis corria, a mente vagava, num paradoxo quase impossível de se compreender, mas afinal, assim era o amor, por mais absurdo que fosse, sentia que amava aquela mulher fantasiosa. A eloqüência dos fatos poderia levar-lhe a loucura, porém insanidade maior seria não obter aquela imagem ao seu lado. Em pouco tempo isso poderia tornar-se uma obsessão, mas não, era um homem centrado, desenhista nato com anos de experiência, uma tela qualquer não o levaria a perder totalmen

Para Silvia...

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Não sei se tenho palavras para escrever-te nesta carta, por ti agora só tenho lágrimas. Me deixaste sem maiores explicações apenas com um bilhete borrado e frio, sim, muito seco para mim. Durante todo o nosso casamento fiz tuas vontades e me dediquei a ti, somente a ti. Então por que motivo me abandona assim e ainda é capaz de afirmar que eu a impedi de construir ou realizar teus sonhos? Não posso me referir a ti com outra palavra que não seja ingratidão ou desafeto, em todos os nossos dias juntos nunca me disseste uma única vez que não era feliz ou que se sentia incompleta. Apenas me jurava amor e me agradecia por ter entrando em tua vida, agora me tira dela sem nenhum direito de resposta. Mas vá, siga teus sonhos, não vou correr atrás de quem tanto me magoou, amo você como jamais imaginei que existisse amor, mas tudo nessa vida é passageiro, tanto o amor, quanto a dor. Espero que encontres o que procuras, mas espero que sinta o vazio do teu coração apertar quando notar o erro que

Para Joaquim...

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                             Para Joaquim,      Olho para o chão, milhares de papéis jogados e centenas de palavras amassadas. São todas consequências de uma mente insensata, com palavras incompletas e frases malditas.                 Foram diversas as tentativas de escrever-te esse bilhete, mas na minha cabeça só sussurravam zumbidos e imagens desconexas. Prontifiquei-me a organizar, não só as palavras, mas também as recordações. E, novamente, a caneta voltou a rabiscar e preencher o espaço branco do papel. Seria tão agradável se fosse fácil assim completar outros vazios... Então, outro devaneio e, pronto, mais um arremessado para completar a coleção.                 A rotina se restabelece, assim como alguns pontos molhados em meus olhos. Dessa vez não são só os dizeres que borram e extrapolam da carta, os meus sentimentos gritam a tal ponto que já não posso ouvir a música que coloquei ao fundo.               Pego com os dedos trêmulos as pontas do papel e ameaço a