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Mostrando postagens de maio, 2012

Nas ondas do tempo

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Tinham 15. Pontualmente 15. Aquela idade em que o mundo parece transbordar de novas emoções e que as pessoas pensam que são maduras o suficiente. Se conheceram num barzinho qualquer, nesse ano era modinha entre os adolescentes. Mas nem eles se lembram ao certo como foi, ou melhor, não lembram de nada antes disso. Não, não era álcool. Foi uma espécie de hipnose que aconteceu quando eles se olharam. E desse momento as recordações são bastante nítidas. Ela estava com um daqueles vestidinhos, em uma transição de flores para celebrar a infância e pouco comprimento, para enfatizar a juventude, o poder de se sentir mulher. Tinha os cabelos compridos, em um tom castanho escuro, que caiam retos sobre suas costas. E carregava um sorriso deslumbrante, talvez isso tenha sido o que mais prendeu a atenção do menino, sem contar na profundidade dos olhos também castanhos. Ele era portador de grandes olhos verdes que não eram tão profundos, mas eram intensos como o sol da Bahia. Vestia um jea

Entretanto, paixão

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Num paralelo amistoso de ilusão Me encontro perdida na confusão Em um meio que sinto cansada Perco o foco, generalizo, estou irritada. Encontrava a dança numa linha reta Um passo, dois, três... E fui direta A música era estrondosa aos ouvidos Eu comprimo, mas não agrido. Hoje eu desejava a calmaria Num ato espontâneo de alegria Mas numa deflagração intensa Que me agrada, compensa. Quanto ao plano não encontro mais Perdi, desisti inteiramente da minha paz Agora estou tolamente desesperada E talvez, num equívoco, apaixonada. Gabriela Castro Lima Aguiar

Um brinde a minha mãe...

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Eu tenho uma mãe pra chamar de minha e todos os dias agradeço por isso. Uma mãe que dedicou boa parte do seu tempo para atender minhas vontades, desde quando era pequenininha até hoje. Uma mãe meio maluquinha que fazia piruetas para evitar meu choro e que hoje conta e faz coisas engraçadas pelo mesmo motivo. Uma mãe que me ajudou com minhas lições de casa e principalmente com as lições da vida, essas eram com certeza as mais difíceis, mas ela tem as palavras certas. Uma mãe que briga comigo quando eu estou errada, que me ensina o certo e que humildemente me pede desculpas quando ela está equivocada. Uma mãe que não mora perto e que não faz disso um motivo para estar ausente da minha vida. Uma mãe que gosta de coisas moderninhas, ainda mais quando elas remetem a coisas antigas, que usa as minhas roupas, meus sapatos, minhas jóias e que me deixa usar as coisas dela. Uma mãe que me aconselha, talvez nem sejam os melhores conselhos, mas são exatamente os que eu preciso e os que eu

Dos que não dormem...

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Eis que a escuridão de repente suavizou-se Num curto período de tempo temeu regressar Mas não poderia, não queria, enganava-se Fechou os olhos novamente e o sono não veio Passara outra noite, entre tantas, em claro Claros como o tempo em que podia sentir Sentia um delírio a qualquer coisa que fosse Se permitia alguns desfrutes de aberrações Seria outro dia comum, uma rotina estabelecida Sem disrupções, sem contratempos moderninhos Cerrou os olhos, novamente a escuridão foi escassa Uma demência terrível, mas que merda de insônia! Gabriela Castro Lima Aguiar

Uma política cidadezinha

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Existe uma cidade no interior do meu estado bem pequeninha com um coração inversamente proporcional ao seu tamanho e, diga-se de passagem, um burburinho equivalente em grandeza, mas isso é típico de cidadezinhas. Ela possui dois rios, que no passado eram fartos, profundos e bonitos, hoje não passam de dois filetes de água corrente. Esse pequeno lugar é movido economicamente pela pecuária e pelo comércio. Bem cedo se pode observar a transação de pessoas na rua. Comprando, vendendo, informando o que ouviram dizer e saudando-se com uma alegria contagiante. Lá várias pessoas vindas de fora encontram seu refúgio, seu abrigo. O lado bom de ser pequeno é poder conhecer a todos, ou quase todos. E distribuir simpatia quando se é solicitado, mesmo que seu dia não esteja propenso a isso. Essa cidade é ponto turístico uma vez por ano quando em um mês perdido faz um frio que não se tem em outro lugar do estado. E daí tem-se celebrações que comemoram a atividade agropecuária e a felicidade