Nas ondas do tempo
Tinham 15. Pontualmente 15. Aquela idade em que o mundo parece transbordar de novas emoções e que as pessoas pensam que são maduras o suficiente. Se conheceram num barzinho qualquer, nesse ano era modinha entre os adolescentes. Mas nem eles se lembram ao certo como foi, ou melhor, não lembram de nada antes disso. Não, não era álcool. Foi uma espécie de hipnose que aconteceu quando eles se olharam. E desse momento as recordações são bastante nítidas. Ela estava com um daqueles vestidinhos, em uma transição de flores para celebrar a infância e pouco comprimento, para enfatizar a juventude, o poder de se sentir mulher. Tinha os cabelos compridos, em um tom castanho escuro, que caiam retos sobre suas costas. E carregava um sorriso deslumbrante, talvez isso tenha sido o que mais prendeu a atenção do menino, sem contar na profundidade dos olhos também castanhos. Ele era portador de grandes olhos verdes que não eram tão profundos, mas eram intensos como o sol da Bahia. Vestia um jea