Álvaro Vince, sem roteiros (Parte III)
As ruas da cidade estavam quase vazias. Eram poucas as que pessoas circulavam tarde da noite, ele pensou. Provavelmente seria por isso que aquele fosse seu horário preferido para dar uma volta. A cidade tinha mesmo um tom melancólico. O barulho do vento assoviava ao balançar as portas de ferro de algumas casas aparentemente abandonadas. Se acrescentasse um uivo, com certeza seria a descrição perfeita de um filme de terror. Desses em que vítimas são perseguidas e conduzidas pelo seu algoz sem nem perceber e quando se dão conta, a morte é uma certeza. Sorriu irônico. Deveria colocar o velho Getúlio numa armadilha dessas. Só para ter certeza de se o coração dele aguentaria uma dose extra de sustos e adrenalina. Mas o velho estava mais para o “caçador”, do que para vítima. Ah, isso ele nunca seria de verdade, “a vítima”. Caminhou até uma pracinha iluminada. Banquinhos de madeira estavam espalhados perto de grandes árvores. Alguns jovens veriam aquilo como romantismo, um lugar id