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Mostrando postagens de setembro, 2012

De mãos dadas

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De braços entrelaçados por esse vertiginoso caminho As mãos parecem inerentes à altura do solo Os passos não são simétricos, mas acompanham-se Os rostos gélidos se aquecem num sorriso E nessa caminhada dois seguem uma direção Há esboços de paixão, de almas afins Que se encontram no mais sutil choque de dedos Nesse momento, a brisa vem soprar suas faces Por dentro há uma revolução acontecendo Alguma coisa queima impiedosamente Mas não é ruim, esse fogo poderia nunca cessar Seria bom que essa queimadura ardesse sempre Havia poucos sons naquele caminho Contudo, com atenção, percebe-se a intensidade E olhando atentamente, a beleza do momento Eram só jovens passeando de mãos dadas. Gabriela Castro Lima Aguiar

Meu companheiro, travesseiro.

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E de imaginar um mundo feliz meus sonhos estão povoados, à noite quando finalmente encontro meu companheiro, posso balancear tudo o que foi e aquilo que poderia ter sido. Tenho um tempo incalculável para decifrar ou compor histórias corriqueiras, daquelas que ninguém se perceberia a beleza, por estarem ocupados demais. Então afundo a cabeça no meu travesseiro. Algumas vezes o dia me traz situações angustiantes e a minha inquietação percorrer mordaz noite adentro. Viro-me sem ritmo algum no coitado companheiro, que aos poucos vai me acalmando, a minha mente se esvazia de preocupações e aos poucos o sono vem chegando. Transporta-me então para outra dimensão muito desejada. Há dias em que a tristeza persiste em seguir meus passos e caminhar ao meu lado. Neles, inundo meu pequeno companheiro com lágrimas que por hora são hostis, em outras febris. Ele sempre ouve todo o meu pranto, até que tenham cessado todas as minhas lamentações. Sutilmente me acalenta e assim adormeço, regress