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Mostrando postagens de outubro, 2012

Dom

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Ninguém  é do mesmo jeito Uns tem muito, outros quase sem defeito Cada ser é provido de um dom Artes, cálculos, letras ou som Aos artistas são concebidos a paciência Apesar de toda a indulgência Que uma arte necessita para existir Mas é aos poucos que ela vai se exibir Aos que nos números se deliciam Dados são regras que irão e seriam Completares e usais para cada caso Talvez meça a profundidade ou seja raso Aos poetas é exposta toda  a dor Os infortúnios e riquezas do amor Os que amam as letras sentem mais Do que outrem julga incapaz Aos músicos existe a sensibilidade Cada nota é composta sem igualdade Um simples assobio torna-se melodia E a composição o enredo do dia Todos são beneficiados por algo especial Embalados de forma sutil ou genial Cabe a cada um demonstrar seu talento Embora não seja necessário ser tão atento Gabriela Castro Lima Aguiar

Pré-julgando atenciosamente

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Mexia apenas os olhos para direita. Sinal de que pensava furtivamente em algo que não deveria ter sido notado por ninguém. Depois de um tempo, quando não havia mais para onde ir, eles se deslocavam lentamente para esquerda, revendo tudo o que foi planejado. Era inadmissível ter falhas nesse sistema de avaliação. Talvez fosse um pouco imprecisa, mas no final das contas, sempre pronunciava as mesmas palavras, um “eu sabia” com o tom de maior desdém ou felicidade do mundo. Ela tinha essa mania, que algumas pessoas julgavam muito feia, mas nada era feito para evitar. Toda vez que conhecia alguém novo ou que chamasse sua atenção, lá estava ela, traçando uma linha de raciocíonio sobre a vida da pessoa. Prestava bastante atenção, nos gestos, na forma de olhar, de falar e no sorriso. E por essas características obtinha o perfil do indivíduo, sem ao menos conhecê-lo direito. Uma diversão que ocupava seu tempo ocioso e uma distração para seus problemas mais eminentes. Algumas, não rara