Carta ao (mau) amor
Cansei de chamar-te, querido. Cansei de dar-te todos estes nomes carinhosos que outrora fazia gosto em falar. Cansei de bem querer-te. Não me preocupo mais em pronunciar-te como o meu único e indiscutível amor. Durante algum tempo fostes meu e de mais ninguém. Era um sentimento de posse, desses que o amor nos permite ter. Não que não fosse repartido, mas a sensação era de que eras de fato meu. Porém o sentimento pertencia somente a mim. É impossível doar-se sem receber um mísero tostão de carinho em troca. Acreditei em palavras frias de uma mente vazia sem um coração com veias pulsantes. Pensei que poderia lhe trazer a vida, mas ao invés disto, foste tu que roubastes a minha. Não tiveste nem a consideração de absolver uma ré inocente do teu julgamento falho. Cansei de esperar-te para ser feliz. Buscarei a minha felicidade e a encontrei sozinha, sem a ajuda de mais ninguém. É, de fato, bem melhor quando se é compartilhada, mas neste caso cansei de mendigar a tua atenção. Prec