Querido diário,
Há quanto tempo não lhe escrevo? Provavelmente desde que era criança. Hoje resolvi voltar a contar coisas decifráveis para um caderninho, o qual espero que ninguém leia. Antes o escondia nos lugares mais difíceis possíveis, debaixo do colchão, no fundo da gaveta ou dentro de um livro bem grande. Afinal, meus maiores medos deveriam ficar bem guardados para que ninguém soubesse o pavor que tinha de ficar sozinha no escuro. Não posso esquecer também que discorria para falar das minhas paixões, por pessoas, coisas e algum príncipe inexistente. Pois bem, a cada dia descubro novas coisas das quais gosto e as vezes esqueço algumas que antes amava. O tão sonhado príncipe talvez tenha mudado um pouco. Ele não tem cavalo branco, nem é alheio a sua própria vontade. Foram adicionados a ele uma dosagem uniforme de realidade e uma quantidade de ironias e sorrisos. Quanto aos meus sonhos ainda continuam os mesmos, com alguns acréscimos e uma quantidad