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Mostrando postagens de outubro, 2014

Uma vida amorosa em poema, em prosa

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João bateu à porta. Eu sabia que era ele. Conhecia sua impaciência e a firmeza do seu pulso. Não esperava que viesse, não esperava que estivesse ali naquele momento. Principalmente quando um dilúvio ameaçava varrer a cidade do mapa. Exagero, eu sei. Mas a chuva não dava trégua. Não sabia se fazia prosa Não sabia se fazia poesia Não sabia se doía na alma Ou se compunha uma melodia Cansei desses olhos tristes Eu não sabia se escrevia Numa proeza de sinergia Eu via que tudo morria Levam lágrimas na brisa Não aguentava mais aquela agonia Uma vilania do destino Em nada poderia interferir Fecharia os olhos em zelo Ficaria de joelhos em apelo Juntaria as mãos em prece Acreditaria no caminho que merece Nessa poeira imunda Ao fundo, bem raso, de uma alma profunda Com sóis, girassóis, lençóis Numa estrada inteira sem nós Nesse ínterim sucumbir ao pecado De ser eternamente odiado Ao céu, ao umbral, ao diabo! Um inferno completo idolat