Asas e rimas


Escrever por horas me perturba o juízo
Em dias chuvosos de puro desdém
As palavras inocentes caem como granizo
Na folha branca que não a contém

Quem me dera poder fazer algo mais
Sentidos cruzados de uma prosopopeia
Fantasias e máscaras de coloridos carnavais
Talvez se admirasse a curta odisseia

Asas esculpiram-se da fina coluna
Pequenas, para não chamar atenção
O céu preencheria uma grande lacuna
Que há tempos brota de solidão

E daqui partem rimas intercaladas
Ricas, pobres, doentes, aflitas!
Mas por dever  foram galgadas
Em simples casas de palafitas

Gabriela Castro Lima Aguiar


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