Uma política cidadezinha
Existe uma cidade no
interior do meu estado bem pequeninha com um coração inversamente proporcional
ao seu tamanho e, diga-se de passagem, um burburinho equivalente em grandeza,
mas isso é típico de cidadezinhas. Ela possui dois rios, que no passado eram
fartos, profundos e bonitos, hoje não passam de dois filetes de água corrente.
Esse pequeno lugar é
movido economicamente pela pecuária e pelo comércio. Bem cedo se pode observar
a transação de pessoas na rua. Comprando, vendendo, informando o que ouviram
dizer e saudando-se com uma alegria contagiante. Lá várias pessoas vindas de
fora encontram seu refúgio, seu abrigo. O lado bom de ser pequeno é poder
conhecer a todos, ou quase todos. E distribuir simpatia quando se é solicitado,
mesmo que seu dia não esteja propenso a isso.
Essa cidade é ponto
turístico uma vez por ano quando em um mês perdido faz um frio que não se tem
em outro lugar do estado. E daí tem-se celebrações que comemoram a atividade
agropecuária e a felicidade do povo. É um brinde a arte do encontro, em que
muitos dos seus retornam a sua terra e uma consolidação ao crescimento
monetário, mesmo que este tenha sido bem pequenininho.
E como qualquer outra
cidade do interior tem acirradas brigas políticas, que com o tempo tornaram-se
mais moderadas e certamente mais pacíficas, mas nem por isso deixam de
mobilizar a população numa disputa por quem é melhor que quem. É triste ver que
o que era para ser uma luta de interesse público, com questões a serem
debatidas e priorizadas para o crescimento, torna-se uma batalha de bens. Onde
vence quem distribui mais sorrisos, mais festas ou mais promessas.
Eu, particularmente,
cansei dessas promessas. Principalmente porque vejo todo o entusiasmo da
população se esvair nos primeiros meses em que os candidatos vencedores tomam
posse. Passados seis meses, exatamente seis, nada é mais reluzente aos olhos
que o desinteresse com a cidade. E é tão engraçado que as pessoas prometem para
si mesmos não cometer mais esses erros, e como as promessas dos seus adoráveis
políticos, elas não cumprem. E novamente a pequena cidade fica a mercê do
descaso.
Não faço objeção direta
a nenhum nome, porém faço indireta a todos. Eu não pretendo ouvir queixas de
como é difícil governar, isso todos nós temos um pouco de noção. Burocracia é
um fato terrível. Só queria que apontassem soluções, não essas exorbitantes e
impossíveis, coisas simples e com projetos bem elaborados fariam toda a
diferença. E é claro que ajuda da população é um quadro definitivo.
A cidadezinha só
precisa de novas metas e atingíveis, não importa se venham com novas caras. Eu
só queria com este desabafo que cuidassem dessa cidadezinha, pois o amor que
vejo em comícios não é demonstrado quando se atinge o poder. O lugar precisa de
pessoas que o respeitem e sejam respeitadas. Incluindo seus representantes
maiores. Espero que em 2012 haja mais seriedade.
Gabriela Castro Lima Aguiar
Gato Nero aproves!
ResponderExcluir;PP
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