Carta ao (mau) amor
Cansei de chamar-te,
querido. Cansei de dar-te todos estes nomes carinhosos que outrora fazia gosto
em falar. Cansei de bem querer-te. Não me preocupo mais em pronunciar-te como o
meu único e indiscutível amor.
Durante algum tempo
fostes meu e de mais ninguém. Era um sentimento de posse, desses que o amor nos
permite ter. Não que não fosse repartido, mas a sensação era de que eras de
fato meu. Porém o sentimento pertencia somente a mim. É impossível doar-se sem
receber um mísero tostão de carinho em troca.
Acreditei em palavras
frias de uma mente vazia sem um coração com veias pulsantes. Pensei que poderia
lhe trazer a vida, mas ao invés disto, foste tu que roubastes a minha. Não tiveste
nem a consideração de absolver uma ré inocente do teu julgamento falho.
Cansei de esperar-te
para ser feliz. Buscarei a minha felicidade e a encontrei sozinha, sem a ajuda
de mais ninguém. É, de fato, bem melhor quando se é compartilhada, mas neste caso
cansei de mendigar a tua atenção. Preciso sim gostar mais de mim.
Cansei de escrever-te
infindáveis cartas demonstrando todo o meu afeto, para não receber mais do que
o teu assentimento. Por isso lhe garanto que esta é a última. A última carta
para o amor que, finalmente, deixei ir embora.
Com alguns ressentimentos,
Giulia.
Lindo Gabi, sempre me surpreendo com você :)
ResponderExcluir:* / gabi santos