A utilidade de uma metáfora
Eu poderia estar
escrevendo um sutil poema, desses em que a alma não se faz pequena. Ou que os
versos fossem singelos sussurros do que se passa em torno do meu inconsciente,
fingindo não libertar-se da razão que outrora fora mencionada. Talvez houvesse
rimas pobres, ricas, intercaladas ou qualquer um desses nomes designados para
sintetizar algo. Mas estou escrevendo em prosa que tem toda a sua beleza
descrita em parágrafos corridos.

Não
é uma questão de preferência ou alternância de estilos de escrita, digo que é
vontade. Às vezes me interesso por compor versos, porém há dias em que nada é
melhor do que uma prosa seja ela boa ou não. É bem interessante notar que
figuras de linguagem, com metalinguagem ou sem, encaixam-se perfeitamente nos
dois estilos de texto. Então por que não explorá-los?
Uma divisão corriqueira em parágrafos ou
estrofes, não há mal algum em ser linear de vez em quando, isso pode ser
transferido pra vida também. Estribilhos, versos decassílabos ou uniformidade
de linhas, fugir as regras de vez em quando pode intensificar o que se escreve
e causar uma mutação valiosa no texto. Mas a decisão de arriscar-se é
totalmente do autor.
Quanto
ao leitor, é claro que ele vai formar alguma opinião sobre o texto.
Provavelmente será incoerente com o sentimento do autor, mas que sentido faz
uniformizar as ideias, se todos temos uma visão oposta do mundo do outro?
Novamente cabe ao escritor resolver se vai se importar com quem vai ler seu
texto, qual o grau de reparação e qual amostra vale a pena levar em
consideração.
É de certa forma uma ironia isso, não?
Que seus escritos sejam julgados por outros que talvez nem saibam escrever. Mas
a ironia também é uma figura de linguagem, diga-se de passagem uma das minhas
preferidas, assim como a sátira, a onomatopeia e a metonímia. Me pergunto
porque não usei antítese... Esqueçam, detesto esses textos com diz não me diz
que no final não dizem nada, porém nos fizeram refletir sobre tudo.
Por
fim, escrever tem lá suas loucuras, provavelmente são provenientes de quem põe
as ideias no papel, entretanto a reflexão sobre isso não vai levar a lugar
algum, não neste texto. Talvez querido leitor, eu tenha utilizado metáforas o
tempo inteiro ao falar de prosa e poema, quando na verdade estou falando sobre
a vida.
Escrever
é mesmo uma maravilha, não? Ah, esqueci! Disse que não gostava de antíteses,
mas no final mudei de ideia.
Gabriela Castro Lima Aguiar
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