Obsessão


Em um júbilo singelo do amor que urrava entre seus dentes
Soube no mesmo instante que aquele era teu sorriso estridente
Nunca antes fora capaz de me dizer um simples não
Agora tentas me arrancar tudo com um desequilibrado empurrão

Tu bem sabes que nunca fui de queixar-me
Embora tenha feito isso contra minha vontade
Porém o que possuía desvaneceu-se em suspiros
Longos, profanos e provavelmente ungidos

É indigno que todas essas letras lhe sejam escritas
Mas se não lhe escrevo quem o fará?
Não que sejas pouco querido, nem ao contrário
Apenas tomo em minhas mãos tudo que sinto

Não quero mais o fardo de receber teus punhos fechados
E então a consciência chega a ter dimensões desproporcionais
Mas o que queres afinal com isto?
Apenas não desejo ser passiva eternamente.


Gabriela Castro Lima Aguiar

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Num parque com flores, vida de amores

Dos que não dormem...

A curta história de Relógio