Insensatez
Sua mente estava tão
inquieta que não conseguia organizar as palavras no papel, mal reconhecia a sua
letra. O coração estava em conflito com tudo aquilo lhe outrora disseram ser a
razão.
Era um dia de chuva
qualquer. Mas a tempestade maior estava explodindo dentro dela. Os seus medos
eram como raios assustadores e tão velozes que ela não conseguia controlar.
Controle. Fora algo que
aprendera desde muito cedo. Colocar a razão sempre em primeiro lugar e não
deixar que as angústias se colocassem a frente do que era sensato.
Hoje, ela se perguntava
se a sensatez era realmente seguir a razão. Porque há muitos dias
questionava-se se não seria melhor seguir os seus instintos. Simplesmente
deixar fluir, sem colocar nenhum empecilho.
Massageou suas têmporas
com os dedos. Tão eficaz quanto rabiscar inúmeras vezes as palavras que
deveriam ser ditas e não escritas. As cartas... as cartas que nunca seriam
entregues para ninguém, mas ela continuava a escrever com muito afinco.
Precisava escrever, pois
era uma forma de extravasar o que sentia sem perder o controle de si. Até
quando seria sensato esconder o que se sente?
Gabriela Aguiar
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