Carta ao amor (que não quero que vá embora)
Minha
querida,
Teus olhos já não refletem mais os
nossos dias ensolarados de domingo. Mas lhe peço meu amor, que não os esqueça.
Mesmo que dentro de ti haja uma tempestade furiosa, gritando aos teus ouvidos
que nada valeu a pena.
Escrevo esta pequena carta como uma
súplica, dessas que saem baixinhas, mescladas com palavras simples, mas com
muitos significados que nós dois conhecemos muito bem. Elas fluem do meu
coração, assim como toda a sinceridade que contém aqui.
Não sei exatamente qual foi o ponto
que as coisas começaram a ficar diferentes. Não sei em qual dia tomaste a
decisão de desistir da nossa vida como um casal e resolveste deixar para trás
todos os nossos planos, sonhos e ambições.
É bem certo que já não somos tão
jovens assim. Ainda mais quando filhos nos implicam responsabilidades ainda
maiores e nos fazem amadurecer mil degraus em pouquíssimo tempo.
Quero declarar aqui o que deixei de
dizer em muitos dias, por pressa, rotina e falta de cuidado e por este último
motivo, peço milhões de desculpas. Você foi (e continuará sendo) uma das peças
mais fundamentais na minha vida. Me trouxe alegria, paz, conforto e segurança. Apoiou-me
nos momentos mais difíceis, aqueles que eu pensei que não aguentaria... Permaneceu sempre ao meu lado, assim como eu estive
ao seu.
Acima
de tudo, você provou para um cético (incorrigível e teimoso), que o amor existe
sim e que se demonstra de várias maneiras possíveis. Inclusive, quando se dança
sem gostar de dançar. Tudo isso pelo prazer de ver o teu sorriso e de te fazer se
sentir bem. Por falar nesse assunto, também peço desculpas por não ter
provocado tantos risos quanto eu gostaria.
Admiro
a mulher que você se tornou, forte e decidida. Sem perder a ternura, uma característica
que é tão sua... Tão peculiar e sua! Admiro o pulso e o carinho com o qual você
criou os nossos filhos, mesmo que muitas vezes a tarefa de dizer não ficasse
para mim (você considerava difícil demais quebrar a magia daqueles olhinhos
travessos e suplicantes). Admiro a profissional competente. Admiro o seu bom
humor. Admiro de muitas formas diferentes.
E
agradeço também. Por ter segurado a minha mão, por ter me amado de uma forma
tão serena, por ter me dito sim. Agradeço pelas brigas também (as necessárias).
E por todas as reconciliações.
Peço-te
apenas que não desista de mim. Eu sei que os nossos sentimentos não mudaram e
sei que você (mais do que ninguém) acredita que o amor é maior do que qualquer
outra coisa, até mesmo do que os desencontros da vida.
Amo
você e não vou esquecer as coisas boas, prometo. A vida já é complicada demais para perder
tempo com amarguras.
Com amor,
Luís.
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