Às vezes é difícil dar tchau



Às vezes é difícil dar tchau. Sair por aí, sem mais ninguém, com uma mochila cheia de esperança pendurada nas costas, procurando por si mesmo. E descobrir-se em uma antiga fotografia, com os cabelos despenteados, os olhos brilhando e o sorriso inocente de criança.
As mudanças estão sempre nos acompanhando. Na nossa rotina quase cega, esquecemos-nos de ver o que fomos um dia e o que ainda deve permanecer em nós. Uma dica importante é guardamos a nossa essência em uma pequena caixa, para que caiba na nossa mochila e não seja esquecida em nenhuma despedida.
Adaptamos-nos ao meio. Ao convívio e ao que esperamos de nós mesmos. Nos cobramos tanto que esquecemos da simplicidade, do cheirinho de chuva e da rede armada na varanda. É como escrever o nosso nome e não reconhecer a própria letra, mas saber que aquilo ali, naquele papel, é sobre você.
Os olhos não precisam ser rasos, nem decifráveis. Mas alma, com certeza, necessita de profundidade. Procurar-se e encontra-se. Há sempre algo mais. Há sempre algo que não devemos deixar para trás, em hipótese nenhuma.
Com carinho,
Gabi.

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